António tinha olho castanho-escuro, testa marcada com rugas de expressão, cabelo curto. As mãos compridas com veias salientes e um olhar que conseguia ser inquietante. Cheirava a perfume e ela gostava tanto... Gostava de música e perdia-se vezes sem conta entre discos de jazz na sua loja de eleição. Tinha conhecido Ana Paula nessa loja, num dia de muito sol.
Se eu te contar que me incomodas em sonhos
E mesmo assim te explicar que latente em mim
Fica o suspiro de ainda sentir o teu perfume
Pelas inúmeras esquinas onde nos encontrámos
Se eu te disser que espalho pedras de cânfora
Que me apago num desespero de sentires
Porque me incomoda esta semente que existe
Dentro de mim e que me tortura para regressar
Se eu te disser que te odeio, que estou mal disposta
Que tu és o resumo de todas as minhas loucuras
Que me puxas para um canto sem canduras
Que me empurras contra uma parede de vidro
Se eu te explico e mesmo assim, continuo a sentir
As lágrimas do desespero a caírem por ainda não ter
Morrido tudo de mau que há em mim e pergunto,
Serei eu mesmo má, impossível gostar de mim assim?
5 comentários:
Impossivel não gostar...
Continuas brilhante, obrigado (K)
Sara, fico contente por teres voltado a escrever no teu blog.
Beijos,
Erika ;-)
Querida Laura :)
Bem aparecida... nunca sei se sei... como estás?
Beijo
Daniel
Continuo a apreciar os teus escritos
é com um prazer enorme que te continuo a ler
Um anónimo
Por decerto será pelos muitos afazeres que tendes que estais pouco de escritas. Mas faz um esforço e recomeça com mais assiduidade.
Despido_de_tudo
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