Como a terra é redonda e a ausência de palavras não enganam, parei de falar. Parei porque não irei entrar nesta corrida por atenção. Parei porque estou empenhada em fazer deste ano algo diferente. Alguém me disse um dia “Quando tenho que falar, já não vale a pena”, hoje entendo-o bem. Eu falo e falo parece que ninguém me ouve, dedico-me e valores mais altos sempre se levantam.
E tudo não passa dum simples caminhar e mais um ano novo chegou, nas dúvidas que me tem acolhido nos últimos dias, vejo que estou novamente sozinha. Mas como prometido à minha pessoa o caminho para a perfeição obriga-me a aceitar o que é apenas um facto. Começou um ano sem novidades nem surpresas, afinal é apenas mais uma folha que se rasga no calendário. Mais um momento que passa, cabe à minha pessoa tornar esse momento único, por e para mim. Tem sido ao som de musicas que me acompanharam no antigamente que me analiso duma forma fria e quase cruel. Na verdade sinto que tenho me entregue em demasia. Não sei quais os efeitos das mudanças que sinto acontecerem dentro de mim, tornar-me-ei em alguém diferente?
Perderei o que mais em mim admiro, a espontaneidade para amar? Ou será que apenas todas estas qualidades têm um momento próprio para surgir? Muitas dúvidas, muitas perguntas que no fundo sinto serem plenamente legítimas quando nos sentimos avassalados por factos que não nos deixam reconfortados. Continuamos sem ser prioridade, será que alguma vez o seremos? E quando formos, estaremos nós no mesmo contexto? Não me podem condenar mais, não me podem condenar sequer de não falar nem tão pouco de me fechar em mim mesma.
O caminho para casa é feito sozinha, as surpresas não surgem, a dedicação tem tempo destinado. Aos dias seguem-se as noites e às noites a cama vazia. E toda a rotina retoma sem o brilho mas com planos formulados em folhas de Excel. Continuação dum episódio de vida, que me deixa em espera nunca por mim mas sim por tudo o que me rodeia. Dias tenho que parece que vou enlouquecer com tudo o que me rodeia, as pessoas não param para ouvir. Ninguém se dedica. Às tantas sou eu a tola que anda tal qual uma barata sem destino numa casa abandonada. Às tantas sou eu que estou errada por estar sempre tão presente e ver-me sempre…sozinha, porra!!!
Acredito ainda na humanidade, acredito em pessoas apaixonadas pelo próximo que se dedicam a espalhar o amor e a compreensão por onde passem. Acredito que apenas num mundo inundado de amor conseguiremos um futuro melhor.
Importante será dizer que não me sinto deprimida mas sim revoltada com a incapacidade de entrega do que me rodeia e que parece ter alastrado por toda sociedade. Importante será dizer que me recuso a ser balão de soro na vida de quem não me mereça verdadeiramente, aos 35 anos sinto ter adquirido o direito a ter tudo. Aos 35 anos e depois duma vida de tentativas e recomeços, mereço ….
6 comentários:
AMEI! É Assim que me sinto... É assim que sinto a vida... É assim que sinto o mundo que me rodeia!
Mas é sempre de um momento inesperado que surgem as grandes mudanças... esperar custa, mas a vida nao deve ser vivida como espera, mas apreciando, e tambem sonhando...e todas as fases na vida têm a sua beleza(mesmo que não pareça)...vale sempre a pena expormo-nos, só assim somos reais neste mundo []Serpente Emplumada
Olá, vim-te ver, mais logo venho-te ler...
Aproveito e deixo-te um beijo, até outro momento, vou voltar!
(Acolhedor o teu canto)
PS: Não deixes de voltar, agradeço teres gostado.
Mereces sim, todos o merecem...Sinto a amargura e a revolta ( penso eu... ) neste texto. Vamos sorrir, se conseguires não o desistir de fazer. Beijinhos
Querida Laura
E mereces tanto... ainda acredito que vais ser muito feliz e sabes que nunca me engano!
Um beijo
Daniel
Muito intimista.
Um texto corajoso.
Um texto sobre o silencio.
Onde nós andamos à deriva, por vezes.
Um texto sincero.
Simples.
Querida amiga, é bom ver que a mudas-te de casa.
Mas sempre igual a ti própria.
Agrada-me.
Mas isso sou eu.
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