Tu és ferro
Eu mercúrio
Tu és azul cinza
Eu vermelho sangue
Não é por haver
Não é sequer por te ter
É pelo perigo que ofereces
Ao simples aproximar
Tu és calmo
Eu sou agitada
Tu és ar fresco de Outono
Eu sou brisa de Agosto
É por me sentir mais viva
Inundada na tua voz doce
Por me levares ao limites da vida
Por me deixares andar em ti
Tu não queres
Eu quero demais
Tu andas devagar
Eu excedo todas as velocidades
Não é por vontade
Não é por desejo
É por te encaixares assim
Desta forma que não entendo
Não te vejo
Não te toco
Mas sinto em mim
Sinto me bem aqui
E gosto do que sinto
Do sabor que em ti pressinto
Deste vento que me toca
Suave, suave sem lamento….
Tenho que me sentir viva !!!!
2 comentários:
Ia eu no meu caminho e vi ao fundo do vale uma imagem esbranquiçada que me despertou a atenção. O Sol sobre mim dizia meio dia, e eu seguia de costas voltadas. Mas aquele fumo ao fundo, desviava o meu olhar.
Porque teria ele esse poder de prender minha atenção. Caminhava lento mas firme, e o fumo desenhava formas trabalhados pela brisa do vale, criava imagens dos sonhos mais secretos.
Que seria aquilo? Sem deixar de querer caminhar para Norte, inverter o sentido para me aproximar.
Ao chegar, as imagens fizeram-me lembrar, que um dia havia sentido coisas. Lembrei que tinha sido jovem e que olhava em meu redor. Hummm como é belo o pinheiro velho ao fundo, que vontade me dá de rir.
Ri, ri e sorri de uma forma franca e solta como poucas pessoas conseguem ainda o fazer. A alegria de um cego que recupera a visão.
Senti que este meu jeito espontaneo, tal como o fumo chamou a atenção, por não ser normal, por ser contido.
Senti um toque de realidade no coração, percebi que emk lugar de percorrer o caminho este é que me esperava, porque eu já o havia desbravado fazia tempo.
Retomei pois o caminho, e minha euforia desvanecia.
Não, não pode ser, o que está a acontecer? Perguntava-me passo após passo.
Quantos mais passos mais curioso, mais sedento de respostas.
Olhei para trás, mirei o vale novamente e mirei o fumo. Estava também ele com pouca força quase a apagar. Percebi que isso me afectava e percebi que fosse de que jeito fosse a resposta ás minhas questões estava ali.
Corri com todas as minhas forças e na nascente desse fumo quase a desistir de apresentar formas. Peguei em algumas brasas e alimentei com fohas verdes e dei vida com ar que expirei.
Por breves instantes quase sucumbiu a esta operação, mas logo voltou a ter forças para dar formas que me faziam lembrar que estava vivo.
Caminhei pois para casa com as brasas a criar as preciosas imagens.
O tempo passou e ambos foram-se fortaleçendo, um sopra e outro mostra o caminho.
Querida amiga, esta relação de interajuda é uma forma de estar mais vivo. Apaixonado pela vida, lutar por viver feliz, ou o melhor que se poder viver. Viver contigo é uma forma de não esquecer.
Queira o ceu e terra que encontre um abrigo, sob o sol de verão ou o frio do inverno, doce é o canto que chama tão quente, deixai de voar, como não tenho asas preciso de andar.
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