sábado, dezembro 05, 2009

Verso no Nosso Universo

-I-
Tantos anos, tantos dias, tantas horas,
de silêncios forçados por temer a solidão,
de na pele sentir as cruéis esporas,
de quem mata um coração.

Agora frente a esta obra prima,
espantada num estado de encantamento,
num saber estar que se afirma,
num processo de conhecimento.

Estou deslumbrada, receosa.
Apanhada de surpresa, espantada,
encolhida, simplesmente ansiosa.
Envolta nos teus braços, aconchegada.

Está a fluir, sem nada ser forçado.
Não tenho pressa, tenho tempo.
Não tenho nada marcado.
Cativa-me a todo o momento !!!

- II -
Hoje acordei meio ensonada, tive dificuldade em abrir os olhos, mas acordei a sorrir.

Adoro sorrir, adoro fazer sorrir quem está à minha volta, eu sei que a vida muitas vezes não é fácil, mas sei que grande parte dessas dificuldades somos nós mesmos que as criamos. Existe neste caminho que fazemos ao qual chamamos vida, obrigações que não nos devemos nunca esquecer. Viver na amargura e confinada a meia dúzia de padrões sociais não é luva que me sirva. Ficar amarga com os desgostos, é uma luta que tenho todos os dias comigo mesmo. Dentro de cada ser humano existe o dever de fluir, fluir na vida simplesmente, nunca desejando o que não tem, mas sim agradecendo todos os dias o que se tem. Claro que devemos ser ambiciosos, devemos sempre desejar mais, mas acima de tudo não devemos deixar essa ambição tomar conta de nós.
Quantas pessoas conhecemos que enchem as suas vidas de bem materiais, e depois não conseguem usufruir deles? Quantos vivem para as coisas em vez de tirarem prazer das mesmas?
Para que serve tanta coisa e coisinha sem amor, sem aquela doce sensação de êxtase que é dar um abraço à nossa metade?
Para que serve tanta coisa se não tivermos tempo de olhar o sorriso dos nossos filhos?

E a sorrir fui até ao terraço com uma caneca de café com leite quente na mão, e vi o dia nascer. Silencio absoluto, ao longe um sereno murmúrio. Sentei me no sofá da sala e fiz meditação. Tomei um banho quente, vesti me. Coloquei o meu anel cor-de-rosa.

Momentos complicados aconteceram nos últimos meses, mas apenas foram assim porque eu valorizei demais quem não me merecia. Quantas vezes me disseram isso. Sou uma mulher de sorte por ter nascido assim, sensível e apaixonada pela vida. Sou uma mulher de sorte por ter amigos válidos que realmente me compreendem. Sou uma mulher de sorte porque tenho uma família ruidosa mas muito sincera. Sou uma mulher de sorte porque tenho um filho lindo.
Sou uma mulher de sorte porque me sinto amada.
Obrigada

1 comentário:

Anónimo disse...

Que bom que é ler algo sem maldade. Deixar as palavras fazerem eco na cabeça, pois tal repetição traz a serenidade...mas que bela partilha, mulher:)bjc