quarta-feira, abril 25, 2012

Questão

Que ansiedade é esta que sinto, que me deixa camuflada, tantas vezes parada e sem movimento. Que inércia é esta de que padeço, se sempre que meu corpo respira o mesmo ar que o teu, sinto-me desfalecer sem apelo nem agravo. Que momento é este que me deixa assim meio à toa, inebriada que quase te cheiro entre letras. Que vontade é esta neste amor que nunca o será. Que confusão transcende os sentidos que os nossos corpos anseiam por algo que nunca sentiram e mesmo assim sabem que não é verdade. Que é isto meu doce amante que nunca chegaste a ser amigo, nem amante chegarás a ser, és tu apenas e só, cúmulo de todos os desejos recalcados nesta vivência de burguesa mimada. Que propósito existe neste torpor que me invade o corpo no qual me deixo viajar enrolada entre fios de mel da tua saliva que vai pingando dos teus lábios. Que mais posso eu desejar que sentir a elevação num qualquer espaço etéreo do teu desejo molhado e da minha vontade, mulher que muito já viveu. Que sensação é esta que se atravessa no meio peito transformando –me a cada dia que passa. Que marcas são estas que tenho na pele, que de tanto te querer sonho contigo e sinto o teu toque, umas vezes doce outras vezes tão violento que tremo por dentro. Que estás tu a fazer comigo, dou por mim a salivar de olhos fechados, vento que bate na face e me faz sorrir. Que te posso dizer a não ser a verdade, ontem foste rei na minha cama. Que mergulhamos juntos e de tanta vontade de te sentir por em mim puxei-te contra o meu corpo. Que disposta na cama, completamente revolvida, senti o teu corpo sobre o meu. Que por muito que desejasse segurar-te, fiquei imóvel. Que naquele momento pedi-te para me tomares como tua e suspirando deixei me ir. Que tu, tal qual ansioso e faminto predador, percorreste tuas mãos pelo meu corpo que tremia ao teu toque. Que num misto de sonho me enrolei em ti e senti como tremias em mim, tuas mãos prendendo me para que não me mexesse. Que ao te ouvir gemer, respirar, junto ao meu ouvido, sentia explosões de luz no cérebro. Que mesmo imóvel sugava a tua língua com os meus lábios quase te provocando dor, para depois te ouvir soltar um gemido contido e uma vibração quente dentro de mim Que a cada murmurar te pedia mais e mais. Que me senti viciar pelo teu toque, que a tua existência me transforma duma forma incompreensível. Que penso no silêncio da noite, estarei eu a viver um sonho, ou agora é que acordei. Que me imagino tua, escondida, nua, húmida, trémula, ofegante. Que te quero meu, suado, cansado, violento, à minha disposição, mercê, apetite, vontade e afins. Que me apetece ser usada por ti, até o corpo não reagir de tanto prazer sentir. Que me apetece usar teu corpo, cérebro, sexo até à exaustão dos sentidos, até de sentires totalmente seco. Que te desejo, que me desejes, que me enrolo e abrindo-me totalmente para e em ti, sempre a sorrir Que hoje estou aqui, buscando significados em ti, transcendendo o que é impossível de pensar e que tantas vezes tenho medo de ouvir. Que da minha alma algo grita de forma abafada, tu queres mudar, tu queres mudar...

Obrigada

5 comentários:

Anónimo disse...

Uma palavra apenas para ti e para o que li , prazer...
Beijo.

Anónimo disse...

Sei de ti pelo que leio, estás feliz?. Sabes que não te esqueci.
Até querida (j)

Daniel Aladiah disse...

Querida Laura
Sonho... fantasia... destino?
Beijo
Daniel

Anónimo disse...

Avassaldor e sem limites mesmo que quisesse para de ler não consegui, parabens Laura
Do eterno m4ch1n3 :)

Anónimo disse...

Algures no movimento de uma melodia, me encontro a observar quem me tenta copiar nas letras singulares.Mas nem das letras tem o dom, as minhas palavras não são uma sequência são uma surpresa constânte impossível adivinhar.

мα¢нιηє assim é que se assina »»:)
Bj Laura