ecos da memoria
tenho me lembrado mais do
que nunca do som daquela noite da cor daquele céu e do ar fresco,
lembrado mais do que
nunca da tua mão nas minhas calças dos teus suspiros no meu regaço da tua boca
no meio seio
tenho me lembrado mais
que antes ou qualquer presente do teu suor nas minhas costas do teu rubor no
espelho dos dedos dos teus pés dobrados
lembrado assim e porque
me tira o ar sem piedade da força dos teus braços da pressão dos teus joelhos
dos teus dentes na minha pele
tenho me lembrado e mesmo
assim as tuas mãos continuam abertas sobre as minhas costas a minha cara
continua enfiada na almofada
lembrado sem qualquer
pudor de me esquecer dos gemidos abafados pela tua mão do sabão que me lava o
corpo pelas tuas mãos
tenho me lembrado,
lembrado, suspirado, transpirado, ruborizado, amordaçado, este desejo de desejo
esta vontade de regressar de te pedir sem parar que não me abandones e ainda
assim entendas que eu não sei ser de outra forma
lembrado de tudo e de
nada de ti da tua alvorada da maneira como te transcendes e marcas em todo o
corpo da tua violência da tua brutidez desmedida
tenho me lembrado tanto
tanto tanto e mesmo assim estás dentro mais hoje mais do que nunca e a tua
vontade será sempre a minha em mim te exerces com liberdade da mesma forma que
eu me estendo e recolho tal planta carnívora
lembrado sem desespero
sem enlevo sem culpa aquilo que me deixei tirarem para que me aceitassem melhor
tanto medo tanto tanto
tenho-me lembrado do teu domínio
do teu encanto e fascínio da tua força nos meus ombros das tuas mãos nas minhas
coxas do teu recolher do teu continuar das minhas pernas em volta da tua
cintura do teu cheiro do teu suspiro
lembrado do sabor
daquelas uvas lembrado daquele frescura o vento sempre foi frio...
tenho me lembrado de te
esquecer e dias tenho que considero que
nunca chegaste a existir
acredita que estou cansada...
amo me
1 comentário:
Vim aqui hoje verificar se terias escrito mais alguma coisa e afinal"Ecos da Memoria" está sublime
Despido de Tudo
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