Estou deitada de lado na cama, a porta do quarto abre
lentamente. Entras na cama e encostas o teu peito às minhas costas. Estás
quente, tu estás sempre quente. Pões um pedaço de chocolate na minha boca e
dizes-me para o deixar desfazer no céu da boca. Estamos deitados corpos
colados, encaixados, sinto os teus dedos percorrerem o corpo, sabes que me
deixas arrepiada. Deixas-me ofegante apenas com as pontas dos dedos. Sinto o
chocolate desfazer-se, uma explosão de sabores dentro da minha boca, fecho os
olhos para sentir melhor. Passas para a minha frente e eu de lado ainda, a tua
mão agarra o meu pescoço e puxas-me para ti, sinto os teus lábios chuparem os
meus, sugas-me a saliva. A tua boca colada à minha o teu corpo colado ao meu,
abro os olhos e vejo-te de olhos bem abertos olhar-me, sempre a olhar-me. A tua mão
pega na minha mão, a tua mão desce, tremo. Peço para parares com vontade que
continues e a tua mão explora-me lenta e curiosamente, meu Deus como eu tremo!!! Fico com a boca tão seca, molhas-me com a tua saliva. Vou deixando cada vez
mais de estar consciente, nervosamente sinto a minha mão a ficar cada vez mais húmida
e a tua mão que não para! Isto vai acontecendo enquanto conversamos, no meio
de olhos que se fecham e se voltam a abrir, começo a deixar de responder às
tuas frases. Peço-te tudo, tudo o que tu sabes que eu gosto, tudo o que tu mais
gostas. Vais-me perguntando se gostei do passeio do dia anterior e apenas te
sinto, joelhos nas dobras das minhas pernas, o cheiro do óleo, as gotas de cera
quente a caírem nas minhas costas. Perguntas-me se eu quero voltar aquele
restaurante à beira Tejo e eu sinto-me dentro das tuas mãos bem abertas sobre as
minhas costas, dos teus pelos a rasparem nas minhas pernas, a dureza dos teus
ossos. A florista naquela rua pequenina cheia de mil flores com tantas cores e
a tua tulipa de surpresa, e os teus dentes cravados no meu ombro enquanto me
sinto a perder os sentidos de tanta excitação. Corpo trémulo de tanto desejo e
amor que te sinto. Desejo principalmente desejo, que amor não tenho duvidas que
o sinto. Mas sim pleno de força e vontade bem no ponto, fico novamente de
frente com os teus olhos e tu sabendo o que eu gosto e como gosto, deslizas
para cima de mim, prendes-me, mãos nos pulsos na parede. Com os teus joelhos na
cabeceira da cama, terminas o que começaste, como eu peço, como tu gostas…
Haja vontade, haja liberdade e mais que tudo viva a vida !!!
Amo-te
1 comentário:
Continuas com uma escrita descritiva maravilhosa, continuo a gostar da maneira como descreves as situações, as paixões e a maneira como encenas pelas palavras a situação
Despido de Tudo
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